O Papa Francisco, falecido em 21 de abril de 2025, optou por não receber um salário formal durante seu pontificado, conforme revelou no documentário “Amém:
Perguntando ao Papa” (2023). Essa escolha está em consonância com o voto de pobreza assumido ao ingressar na Companhia de Jesus e reflete seu compromisso com a simplicidade e a humildade.
Embora não recebesse remuneração, todas as suas necessidades — como moradia, alimentação, cuidados médicos e viagens — eram integralmente cobertas pelo Vaticano.
A tradição de não remunerar o Papa remonta a séculos na Igreja Católica, e Francisco reforçou esse costume ao abrir mão de um salário estimado em US$ 32 mil mensais, destinando esses recursos a causas sociais, como o fundo Peter’s Pence. Em 2019, por exemplo, ele direcionou meio milhão de dólares desse fundo para auxiliar comunidades carentes no México.
O Papa também era responsável pela administração do Óbolo de São Pedro, um fundo sustentado por doações de fiéis de todo o mundo, que arrecadou cerca de € 48,4 milhões em 2023. Esses recursos são aplicados em ações sociais e emergenciais, como o apoio a refugiados e vítimas de catástrofes naturais.
Suas despesas pessoais eram custeadas integralmente pela Santa Sé, incluindo a moradia no Palácio Apostólico, as refeições, os deslocamentos e o acesso a serviços médicos de alta complexidade, como se evidenciou em suas internações no Hospital Gemelli.
Contudo, a Santa Sé enfrenta desafios financeiros significativos. Em 2023, registrou um déficit de € 83 milhões, causado pela redução nas doações e pelo aumento dos custos operacionais.
Em resposta, Francisco implementou medidas de austeridade, como o corte de 10% nos salários dos cardeais — que passaram a receber € 5.000 mensais — e a cobrança de aluguel de imóveis ocupados por membros da Cúria Romana.
Apesar de possuir um patrimônio estimado em € 4 bilhões, composto por imóveis e investimentos, o Vaticano tem sido alvo de críticas quanto à transparência em sua gestão financeira.
Recentemente, esforços têm sido feitos para alinhar os investimentos à doutrina social da Igreja, excluindo setores como armamentos e pornografia.